sábado, 20 de julho de 2013

Sem Receio

A solidão do meu silêncio
A longitude da minha saudade
É na expressão o desleixo
E no sossego a válvula
De escape
Meu temperamento é instável
E agora pareço não ser
Foi o que me disseram
Como se eu fosse na verdade
Disfarce
E eu só queria um passeio
Um tempo a dois
Mas o tempo que sobra
Condiz não ao que se tem
Mas o que não foi
Nem mesmo será
A palavra quando vem de dentro
Vem sem receio
Sincera
E se não cabe um encontro
Não há de se ter no horizonte
A espera
Há vontades que atravessam montes
Há verdades que parecem pontes
Que aproximam a razão do sonhador
Como janelas deixando a luz entrar
Há metades que nunca se completam
Há histórias que nunca começam
E assim como todo livro que se preze
Carece de um leitor pra desfolhar

Seja o tempo intento de desejos
Jamais será repleto de intenção
Assim como quem sofre a ação do mesmo
Determina se há de sobrar algum ou não

[Wandy Oliveira]

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