quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cortinas

Não deixe de lado o seu entusiasmo
Nem se apegue aos descasos
Que seu sorriso atrai
São copos virados
Corpos levados
Pela euforia que contagia os demais
Apenas fuga, nada mais
Então seja breve na dor
E não se eleve
Nem se exalte
Por algo que não lhe acrescentou
Adiante outras pedras irão rolar
E talvez maiores sejam os tombos
Que por conhecer bem o caminho
Poderá evitar

Hoje o vento não balança as cortinas
Há dias que parecem noites!
A gente denomina sina
A falta de percepção do entorno
É difícl encontrar as cores
Quando tudo ameaça explodir
Difícil manter o ritmo
Enquanto o chão põe-se a ruir
Sempre haverão mil motivos pra desanimar
Mil motivos haverão sempre por aí
Você é o que você sobrar
Você será o que você sorrir

Eles já não falam a mesma língua
E talvez nunca entenderão
O controle que pensam ter
Escorre como água pela mão

Na velocidade que o mundo gira
Não lhe compete adiantar nada
Seja intensa no seu dia-a-dia
E paciente em cada jornada

E tudo no seu tempo
O vento pela janela a cortina irá soprar
Leve como deve ser
Certo como tudo se resolverá

[Wandy Oliveira]

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Referência

Essa noite tá mais fria
E sentindo o vento gelado
É fácil desanimar
Os carros jogando o farol
A chuva caindo de lado
E tudo parece desmoronar
Mais uma vez
Te jogaram no chão
A história é sempre a mesma
Mas você não

Que bom que seus olhos notam diferença
E que sua paz de espírito
Agora exige mais
Mas tenha calma
As coisas precisam de tempo
E o tempo não anda pra trás

Não insista nos erros
Só porque nada mudou
Ou porque não foi do jeito
Que o seu coração desejou

Você está mudando
E vão mudar com você
Porque se de repente ganhar asas
Tão logo irão te desmerecer

Seja forte no embate
Não deixe se abater
Dentro há vontade, força
Maior ainda é o seu querer
Seja referência
Queira ser melhor sempre
Não deixe que sua fibra se parta
E não desfaça da grandeza em você

[Wandy Oliveira]

Renova

Vão falar
Porque as bocas falam
Porque maior que a voz
É vontade de apontar
Vão criticar
Porque assim preferem
Quando a felicidade é alheia
Incomoda mais
E vão dizer
Que depois vou chorar
Que hei de me arrepender
Que é melhor eu repensar
Vão dizer
Que para eu não sofrer
Melhor seria esquecer
Para não me magoar

Mas eu te digo meu amigo
Sei dos riscos que eu corro
Ja sofri bastante nessa vida
Mas sem paixão eu quase morro

Sendo assim
Me entrego inteiro
Deixando pra trás
O que não vale

Pois triste o fim
Dos que se apegam
E se importam mais
Com os detalhes

Cada caminho é um novo caminho
Vão falar, mas não importa
Não tem como ser inteiro sozinho
E toda nova alegria, renova!

[Wandy Oliveira]

domingo, 15 de setembro de 2013

Dona Da Bruta Delicadeza

Você não nasceu apenas pra enfeitar
Suas asas espalham as cores
Pra qualquer lugar que vá
Polinizando sua grandeza
Semeando mais que flores
Por onde passar
Sua tenacidade
E capacidade de transformar
Mudam a ótica
Diferem o olhar
A beleza antes vista por fora
Também lá dentro
Resolveu se manifestar
Por toda vida você foi metade
Não por acaso
Talvez necessidade
É bem verdade
Que muitas vezes buscando luz
A gente escurece sem notar
A plástica exposta
Que mascarava a força com beleza
Agora jaz natureza morta
Teu valor é pura arte
Tão bela borboleta
Dona da bruta delicadeza
Evolução é da sua natureza
Disso eu tenho certeza!

[Wandy Oliveira]

sábado, 14 de setembro de 2013

Por Aí

Deixei minhas lembranças por aí
E toda vez que saio de casa
Te encontro sentada na calçada
Embaixo da árvore
Encostada no meu peito
Enquanto eu te faço sorrir
Toda vez na mesma condução
Senta lá na frente
Mas não vira de costas
O mesmo cabelo
O mesmo jeito
A mesma posição
Toda música que toca
Todo filme que vejo
Toda alegria que faltava
Ou só de olhar pro espelho
Quando penso que vou mudar
E desejo não mais me permitir
É quando frustrado percebo seu cheiro no ar
E tudo parece me confundir
Porque toda vez que saio de casa
Encontro minhas lembranças espalhadas por aí

[Wandy Oliveira]

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Dizespera!

O tempo diz espera
Mas minhas pernas correm
Mais depressa
Do que posso acompanhar

E tudo desespera
E nada em mim altera
Pareço calmo
Aos olhos dos que ficam
A me observar

O tempo não altera
Na medida do que se espera
Quando se precisa ele nega
E quando precipita
Ele teima em se apressar

A pressa é severa
Quem se apressa não prospera
Atropela a cautela
A perfeição não tolera
E pra sempre a gente erra
Errará!

Sábio aquele que pondera
Mas nada poderá
Aquele que se apressa
Pois tudo sempre há de desesperar
[Wandy Oliveira]

Céu Nublado

Com o tempo
A gente vai se esvaindo
Se desconstruindo
Distanciando-se
Da pureza que um dia criança
Transbordávamos sem sentir
Pecado era ser triste
Difícil era não saber sorrir
Não são só as mãos que calejam
O coração fica árido
Cético perdemos a fé
O tom em cada cor esmoece
Sobreviver é se manter de pé

Para cada céu nublado
Para cada tarde cinza
Sempre haverá de haver
Um tom mais forte
Um sorriso largo
Acostumado aos cortes
Que a vida propicia

Em cada triste dor
Deus há de por
No conforto de um  amigo
A alegria escondida
Entre as nuvens
Que o tempestuoso céu frio
Da infelicidade sofrida
Anuviou

[Wandy Oliveira]

Raiz Dos Sonhos

A gente peca por esperar demais
Erra sem fazer esforço
Quantas vezes deixei de lado
Pra que chovesse milagre!?
Ou cegando a verdade
Forjei coincidências
Pra inventar amor!?


[Wandy Oliveira]

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Nada Vão Saber De Nós

Vem se dividir comigo
Como numa equação
Do seu lado a loucura impera
E do outro eu anulo a razão
A gente se diverte
Enquanto o mundo nos esquece
De pernas pro ar
À toa de boa
Marolando nos lençóis
Do leme a proa
A cama embarcação
E tudo vira tempestade
O mar revirado
Nós dois embolados
Nesse imenso oceano
É como posso ver
A nossa vida um pequeno recife
E nada há de nos satisfazer
E tem um mundo além pra todos se preocuparem
E tem muito mais pra que nos descartem
Mas hão de querer saber
Tudo mais sobre eu e você
Porque infelizmente
Ninguém é feliz sozinho
E mal sabemos cuidar de nós
Mal sabemos desfazer os nós
E nós insistimos em nos preocupar
Com o outro que não está
Com a vida do outro como está?
Mas nós dois apenas
Vamos nos desaparecer
Nesse imenso oceano
Marolando nos lençóis
Nada vão saber de nós

[Wandy Oliveira]

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Fortaleza À Dois

Enquanto a noite faz sombra pro dia
Minha fortaleza
É caverna escondida
É o palácio da rainha
Que sabotou alguns sonhos
Pra conquistar sua coroa
É a história não lida
Mas sabida em segredo
Feito canção a me ninar
Todos de máscara
Aguardando a corte chegar
Feito festa em segredo
Feito desejo que não cessa
Inebriante é o sonho
Quando finda -se real
Contagiante a euforia
Quanto mais
Menos faz mal

[Wandy Oliveira]

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Parte essencial

A força do que somos
Vem muito além
Do que vivenciamos
Ou de lugares que passamos
Essa força
Que a gente imprime nos passos
A motivação pra continuar
Está também no outro
Que tantas vezes nos apoiou
Ouviu, chorou, sorriu
Com nossas histórias
Que contrario muitas vezes
As loucuras inventadas
Permitiu que fôssemos em frente
Ou que ao avistar o problema
Nos impediu de continuar
Aos irmãos que a vida presenteou
Pra sempre ficará a gratidão
Pois não somos nada sozinhos
E sem a sombra enorme de um amigo
Somos fracos e vazios

Obrigado pelas horas ao telefone
Pela companhia necessária
Quando a tristeza instalou-se
Pela garantia de sucesso
Que só você soube enxergar
Por rir de tudo que eu falo
Ou por ser sincero
Mesmo sabendo que iria magoar

Obrigado pelos sacrifícios
Por dividir também comigo
Tudo que mais ninguém poderia saber
Por me ajudar a crescer
E por me reconhecer importante
Assim como fiz questão que também o fosse
Obrigado por fazerem parte
Da grandiosidade que é a minha vida
E também por serem parte essencial
Em tudo que sou hoje
Sem vocês eu não seria nem metade
Obrigado de verdade!

[Wandy Oliveira]

Brisa

Sua brisa me abrasa
Me tonteia
Me acalma
Quando venta
Me arremessa
Me atravessa
Me arrebenta
Quando chove
Me entristece
Escurece
Tudo sofre
Sua chuva
Rasga o peito
Finda a alma
Quase morro
Quando dia
Quando noite
Quando todo
Todos os dias

Quando sorri
Quando chora
Quando alegre
Quando alegre não

O seu sereno
Levita lento
O meu intento
Fica intenso
Meu lamento
Se dissipa
Minha alma
Grita
Se agita
Instiga
Intriga

Quando leve
Quando voa
Quando simples
Quando simples não

À toa, a alma distoa
Decola na brisa
Dissipa a tempestade
Ainda que tarde
Sopra qualquer dor
Amor é estado de espírito
Temporária tranquilidade
Leveza que invade
Sublime torpor

[Wandy Oliveira]

Reflexos

Não são as mãos
Não é a voz no ouvido
Não é o cheiro, nem o toque
Nem o que foi dito
Não é a intensidade
Nem a velocidade
Que a vontade
Nos invadiu
Nem a alegria
Que outro dia
Existia
E agora partiu

Nada disso importa
Ou parece ter algum peso
No fundo sempre existem motivos
No fim nada justifica o medo

O valor dado a promessa
Está na carência e no receio
Do sofrimento guardado
Ao lado esquerdo do peito

Se nos fortalecemos
Endurecemos
Perdemos a sensibilidade
Se resolvemos ceder
Nos perdemos
E também perdemos a credibilidade

Sendo assim
Não é nada pessoal
Nem nada do que fez pela gente
Mas pra mim
Tudo que é emocional
Ainda há de machucar e ficar pra sempre

Apenas me protejo
Te desejo sorte
E muita paz
E se eu vacilar, não dê ouvidos
São apenas reflexos de um tempo antigo
Nada mais

[Wandy Oliveira]

Asas coloridas

Você chegou sem que eu notasse
Era sol e não era verão
E vi ao longe
Suas cores e sua desatenção
Distraída caminhava
Com o vento a soprar seus cabelos
Naquele dia ventava
O vento trouxe a noite a chuva
Mas antes te trouxe pra casa
E durante fizemos do silêncio
A leveza em cada música
E nos divertimos como nunca
Enquanto você falava
Eu observava cada tom
Cada sombra nova
Entre os excessos
E os muitos receios
De quem descobre um mundo novo
Quem aponta no horizonte
Mas se amedronta no primeiro passo
Eu observei com a perícia
De ja ter vivenciado
E declarei paz aos assombros
Que o passado costuma ecoar
Fiz do sorriso arma
E da tranquilidade constância
E nos fizemos ilha
E da tristeza buscamos distância
A paciência saiu e foi dar um passeio
Mas logo, logo ela volta
Quando a maturidade disser que é a hora
Ela há de retornar
E quando a chuva chegou
Chegou a hora de partir
E a água levando embora a tristeza
Levou também a borboleta embora daqui
Mas ela há de voltar
Com suas asas coloridas
Balançando pra lá e pra cá
Desastrosa esbarrando em árvores
Mas sempre a voar

[Wandy Oliveira]

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Implícito

Quando seus problemas parecerem maiores do que vc mesmo
Mire-se maior no espelho
Tenha orgulho das próprias conquistas
Seja mais otimista
Enquanto houver vontade haverá saída
No mangue também há vida
Embaixo de cada pedra, de cada encosta
Uma biodiversidade infinita
Uma beleza além dos nossos olhos
Além da melancolia ignorante
Se sofremos, se choramos,
Esquecemos que o mundo é um gigante.
Dentro de cada cabeça seu próprio planeta
Mas fora o universo em expansão
Um milagre que a tristeza insiste em deixar pra trás
Minha existência vale muito mais
Quando aprendo a conviver comigo
Quando respondo aos meus problemas e dores
Com a alegria de estar vivo
Quando aceito que nem todo dia é dia de sol
Quando descubro que sou tão querido
Quanto quiser que me queiram
Desista das explicações
Torne-se feliz porque isso te fará bem
Mire-se maior no espelho
E acredite na força que a palavra tem
Mesmo que a mãnhã acorde cinza
Toda e qualquer luz que atravessar o quarto será bem vinda

[Wandy Oliveira]