sábado, 29 de junho de 2013

Retórica

Não há mal nenhum na transparência
Sendo intenso
Sou inteiro
E desse modo incompreendido
Pois preso a correntes
Essas que moldam
Que ditam
Que determinam
Não somos mais que pinos num tabuleiro
Prefiro ser a cor contrária
Ou o exponencial da equação
Posto fora do parêntese
Como forma de punição

Somos sinceros com nós mesmos
Desde o nascimento
Até onde nos é permitida a opinião
Tão óbvio não se fazem mais pensadores
Pois ceifaram-se as idéias
E a mente criadora
Já não se encontra na ocasião
Éramos como crianças
Onde o empirismo impera
E a sabedoria curiosa
É prepotente
Tão jovens mentes fortes
Cedem tão facilmente
As arestas obrigatórias
Que o discurso livre
Torna-se escasso
E a liberdade do ato
Submissa, imprecisa
Indecorosa

Nos dias de chuva
Me esqueço vagando
Cortando o vento sem pressa
Sentindo as gotas que escorrem
Eu vejo o que outros olhos não notam
Me vejo onde não poderia estar
Cogito na minha existência sentidos
Sentimentos e sensações
Que me fazem pensar
Que mal há nos delírios?
Me esqueço demais fugindo
Do barulho, do tumulto, da dor
Me desligo
Buscando em mim o que sou
Meus espelhos perfazem tantas imagens
Que enquanto me distraio esquecido
Busco respostas que não fazem o menor sentido
Talvez a retórica seja parte fundamental
E eu errante constante
Insisto

[Wandy Oliveira]

Nenhum comentário:

Postar um comentário