São tão voluntárias
Quanto calos causados por sandálias
Que meus pés descuidados
Resolveram calçar
Caçando nos diálogos
As palavras certas
Me equilíbro na corda
Enquanto o vento me acerta
A teimosia é só o que resta
Pra me segurar
É como se em um corredor
Com muitas portas
Nenhuma estivesse aberta
Ou se em queda
E por mais que tentasse
Não houvesse nada
Que eu pudesse fazer
Capaz de evitar
Às vezes o melhor é fazer
É chorar
Às vezes o melhor a fazer
É aceitar
Não somos poucos no planeta
E não somos únicos em nossas dores
E quando choramos a vista embassa
E perdemos de vista todas as flores
É natural que a dor nos esmague
E que cansados, cogitamos desistir
Natural que nossa memória se vá
E que a gente se esqueça de como é bom sorrir
Mas que nunca saia da cabeça
Que por pior que pareça
É importante que a gente cresça
Com qualquer dificuldade que surgir
Saiba que ainda existem ombros preocupados
E outros que também se importam
Assim como resolveu se preocupar
Aceite outros braços pra se apoiar
O mundo é um eterno recomeço
E eu desconheço quem sozinho
O mundo inteiro nas costas
Foi capaz de levantar
Às vezes o melhor a fazer
É descansar
Às vezes o melhor a fazer
É aceitar
[Wandy Oliveira]
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