sábado, 31 de agosto de 2013

Não perca de vista as flores

A tempestade que meus olhos causam
São tão voluntárias
Quanto calos causados por sandálias
Que meus pés descuidados
Resolveram calçar

Caçando nos diálogos
As palavras certas
Me equilíbro na corda
Enquanto o vento me acerta
A teimosia é só o que resta
Pra me segurar

É como se em um corredor
Com muitas portas
Nenhuma estivesse aberta
Ou se em queda
E por mais que tentasse
Não houvesse nada
Que eu pudesse fazer
Capaz de evitar

Às vezes o melhor é fazer
É chorar
Às vezes o melhor a fazer
É aceitar

Não somos poucos no planeta
E não somos únicos em nossas dores
E quando choramos a vista embassa
E perdemos de vista todas as flores

É natural que a dor nos esmague
E que cansados, cogitamos desistir
Natural que nossa memória se vá
E que a gente se esqueça de como é bom sorrir
Mas que nunca saia da cabeça
Que por pior que pareça
É importante que a gente cresça
Com qualquer dificuldade que surgir

Saiba que ainda existem ombros preocupados
E outros que também se importam
Assim como resolveu se preocupar
Aceite outros braços pra se apoiar

O mundo é um eterno recomeço
E eu desconheço quem sozinho
O mundo inteiro nas costas
Foi capaz de levantar

Às vezes o melhor a fazer
É descansar
Às vezes o melhor a fazer
É aceitar

[Wandy Oliveira]

Nenhum comentário:

Postar um comentário